O começo de um espaço de protagonismo e renda para a juventude
A ONG Trilha Cidadã, desde a sua criação tem se dedicado ao campo das Políticas Públicas para a Juventude como marca significativa de seu engajamento sócio-político nas comunidades. E desde a implementação da segunda edição do Consórcio Social da Juventude na região metropolitana de Porto Alegre, no ano de
Neste caminho com as políticas públicas a ONG também evidenciou a participação em outros programas voltados à realidade juvenil, como o Juventude Cidadã, a assessoria à Coordenadoria Municipal da Juventude de São Leopoldo (município onde esta situada a Trilha Cidadã), projetos na área da Segurança pública através de oficinas de comunicação e arte, além da execução do programa Jovem Aprendiz, visando à inserção de jovens no mercado de trabalho.
Dentro do Programa Jovem Aprendiz o recorte escolhido pela entidade esteve voltado para a perspectiva da nucleação de um grupo de economia solidária. Destacando a importante colaboração e parceria da Incubadora de Tecnologias Socais da Universidade do Vale dos Sinos – UNISINOS, através da elaboração conjunta de um projeto com o Ministério do Desenvolvimento Social e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, dos quais os recursos disponibilizados serviram de suporte para o acompanhamento e a efetiva assistência de formação e implementação de grupos de economia solidária.
Deste processo, que seguiu até o ano de 2008, muitos jovens passaram pelo projeto, havendo inúmeras desistências, por motivos diversos, tendo por principal fator a necessidade imediata da geração de renda. Contudo, mesmo com o grupo reduzido, o processo continua. Ainda há um caminho a percorrer na busca da autonomia institucional, transformando o grupo numa produtora cooperativada, na estabilização de uma renda fixa mensal que dê condições para a continuidade do grupo, e na ampliação do mesmo.
O nome Rali de Comunicação é uma linguagem “trilheira” (pensada pelos Gestores da Trilha Cidadã) para designar a força de uma “trilha” realizada por jovens, voltada a um determinado grupo de ação. Já tivemos outros Ralis como o de Cidadania e estamos ainda na efetivação do Rali das Artes, que desde o ano de 2008 temos buscado implementá-lo de forma participativa e identificada pela juventude.
Neste percurso muitas foram as realizações. Dentre elas, a elaboração de DVDs temáticos produzidos pelos jovens: “Que parafernália é essa?” (sobre comunicação e juventude); “Ecumenismo” (a partir de eventos ecumênicos acontecidos no ano de 2008); “Luz e Sombra” (Juventude, Segurança pública e Paz); “Ainda faltam algumas peças” (Igualdade de Gênero). E já estão em andamento outras três produções sobre meio ambiente, universos juvenis e o tema da Semana do Estudante, em fase de finalização.
Há outros serviços como a produção de materiais gráficos - folders, cartazes, informativos, a cobertura de eventos, transferências de fitas VHS para DVD, sendo que estes lhes permitem ampliar um pouco mais as possibilidades de renda.
Ao questionar os três jovens, que hoje conduzem o processo do Rali de Comunicação, Tiago, Timóteo e Samuca, sobre as características atuais do grupo, eles destacam a busca do aprofundamento como Economia Solidária, a perspectiva das produções alternativas de comunicação e de cultura através dos audiovisuais, a inserção na comunidade local como forma de engajamento social e transformador e a identificação com os organismos ecumênicos sendo por isso que o grupo se insere na Rede Ecumênica de Jovens.
Em vista da ampliação do grupo, a Trilha Cidadã e o Rali de Comunicação vêm realizando uma capacitação de jovens, intitulado de Trilhando Comunicação, onde cinco novos integrantes irão compor o projeto desta produtora juvenil, alternativa e solidária. O caminho que estes jovens estão trilhando tem sido de grande aprendizado e acúmulo de experiências em vivência grupal, trabalho em equipe, divisão de responsabilidade, tensionamentos de personalidades e na partilha de concepções de mundo e de organização social, o que lhes educa na capacidade de flexibilidade e posicionamento de ideias.
Graças a experiências diversas, como a parceria com o Canal Futura - onde um dos integrantes teve a oportunidade de participar de uma qualificação no Rio de Janeiro, e as diversas oficinas sobre comunicação – tanto as práticas, como as de crítica sobre comunicação e mídia, que este jovens estão aplicando, permitem que este grupo se constitua num diferencial e com horizontes comuns para o futuro.
No horizonte ainda da Trilha Cidadã está a busca da criação de novos grupos juvenis organizados em núcleos de economia solidária interligados numa cadeia produtiva de linguagens e serviços para a criação de arte e comunicação, tendo em vista a constituição de um Centro Multifuncional de serviços para os jovens da região e na formação de outros jovens. E o Rali é apenas o nosso começo.
Edson Thomassim
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